REPÚBLICA OLIGÁRQUICA E DEMAGÓGICA DO BRASIL
O Brasil, no final de 1889, deixou de ser uma Monarquia. Desde então, entretanto, a não ser na folha de papel, também não foi uma República, mas sim uma mistura de Oligarquia com Demagogia. Daí ser, de fato, a República Oligárquica e Demagógica do Brasil.
Na Constituição de 1988, a qual diz instituir a República Federativa do Brasil, foram estabelecidos diversos direitos e deveres, tudo sob a justificativa de ser para o bem do povo. Contudo, na prática, entre a abstrata previsão e a realidade concreta, a distância é quase infinita.
Os direitos são assegurados e respeitados dependendo de quem se atreva a querer exercitá-los. Se for um dos senhores da República Oligárquica e Demagógica do Brasil, ou mesmo um dos bajuladores deles, ou uma das “raparigas” deles, até mais daquilo que é previsto será, sem entraves, assegurado. Se for, entretanto, um brasileiro anônimo, sem padrinhos, mormente, se de poucos estudos, até o que é pacífico e universalmente reconhecido ser-lhe-á negado ou, no mínimo, dificultado.
No Brasil, as autoridades valorizam e consideram mais as caras, as vestes, as aparências, as amizades dos que lhe procuram que os direitos constitucional ou legalmente previstos.
Por outro lado, os deveres, que a população, de um modo genérico, deve cumprir, são religiosamente exigidos pelo, constitucionalmente e só aí, laico Estado brasileiro. Apesar de que certos deveres como, por exemplo, o de pagar imposto sobre grandes fortunas não ser cumprido, porque, ultrapassados 25 anos, o legislador federal (Câmara e Senado) não teve interesse em impor essa obrigação tributária aos mais abastados dessa nossa sociedade em que os pobres são muito pobres, e os ricos, muitíssimo ricos.
Os deputados e senadores, como os políticos brasileiros em geral, não são eleitos por serem brilhantes, por terem ideias inteligentes, por serem seres humanos bons e de muito boa vontade, são escolhidos porque, através de bastante dinheiro, fazem lavagem cerebral nos eleitores, fazendo com que estes acreditem e defendam veementemente que ovo mexido é caviar, isto é, com que estes se esquecendo de suas duras e crescentes agruras, lutem, masoquistamente, para que eleito seja o rico ou o muito bem financiado, ainda que esses oligarcas não tenham a mínima empatia com os problemas da maioria pobre desta terra em que, até hoje, das plantações (eleições), o que mais se colheu foram governantes e legisladores desonestos, maquiavélicos, canalhas e desprovidos de boas intenções.
Na verdade, os donos do poder, no Brasil, salvo exceções pontuais, também são os detentores do poder econômico ou, caso contrário, são os laranjas destes. Esses poucos brasileiros, amiúde, patrocinadores de interesses alienígenas, constituem a Oligarquia tupiniquim.
E os oligarcas, com sorrisos sádicos, em épocas de plantar, praticam aquilo em que detém expertise: promessas, compromissos, juras. Durante esse período, dão mostras da demagogia idiossincrática deles. E, nos tempos de adimplemento dos pactos, sob as mais variadas justificativas, olvidam os que representam simbolicamente, isto é, o povo, mas trabalham intrepidamente para beneficiar a eles próprios e aos seus apadrinhados.
E assim segue a vida na República Oligárquica e Demagógica do Brasil...