ELEIÇÃO DA PERPETUAÇÃO DOS GRILHÕES

ELEIÇÃO DA PERPETUAÇÃO DOS GRILHÕES

 

ELEIÇÃO DA PERPETUAÇÃO DOS GRILHÕES

 

Mais uma eleição aproxima-se. Durante o período compreendido entre, aproximadamente, os dois meses que a antecederam e alguns dias após a realização do pleito, a população brasileira, com muito mais dificuldades que de costume, será incapaz de ver os grossos grilhões que a aprisionam em uma desprezível e cíclica e sofrida realidade.

 

No período eleitoral, as propagandas políticas, massivamente, afirmam que o voto é livre, que é um direito importantíssimo e que o povo, através dele, tem a oportunidade de, legitimamente, melhorar o país.

 

Será?

 

Os candidatos que mais receberam doações – investimentos de empresas – e que mais tempo têm no horário político possuem melhores condições de expor suas ideias e seus currículos e, até mesmo, de atacarem seus adversários. Alguns concorrentes, por mais que sejam gabaritados e tenham vida exemplar e possuam brilhantes ideias e ideais, simplesmente não têm tempo e recursos financeiros suficientes para tornarem-se minimamente conhecidos.

 

Diante dessa desigualdade real, o eleitor tem condições de efetivamente ser livre? Consegue, genuinamente, ultrapassar a densa cortina de fumaça criada pelos marqueteiros das milionárias campanhas e enxergar a verdade nua e crua?

 

Boas novelas e bons filmes e livros de ficção são aqueles que permitem ao expectador/ leitor adentrar na história de tal modo que é como se ela fosse verdade.

 

No período eleitoral, os brasileiros são transportados para uma realidade fictícia, só existente nas propagandas políticas; e, encantados, não percebem que estão presos em um sistema que apenas os usam para legitimar-se, eleição após eleição.

 

Na eleição, os brasileiros poderíamos sim nos livrar dos grilhões que nos oprimem, limitam e machucam. Mas, reiteradamente, temos demonstrado solene incapacidade de fazer isso. Repetidamente, temos caído em tentações e, em corolário, não nos temos livrado dos males que são os políticos que só se lembram do povo durantes as eleições e que governam e legislam para si mesmos e para seus amigos e financiadores.

 

Nesta eleição pode ser milagrosamente diferente. Mas eu, como São Tomé, só acredito vendo o difícil – quase impossível – acontecer!

 

E você acredita?