O PARADOXO QUE LIMITA E ATÉ MATA: PRIVADO X PÚBLICO
As empresas privadas especializadas em segurança, em saúde e em educação prosperam no Brasil, enquanto os serviços públicos correlatos dessas áreas mantêm sua baixa qualidade. Será que há quaisquer relações entre esses fatos?
Só há. Em decorrência da forma selvagem de financiamento das campanhas eleitorais, os planos de saúde, as instituições de ensino privado e as empresas de segurança investem muito dinheiro em candidaturas, principalmente, nas esferas estadual e federal.
Resultado desses INVESTIMENTOS é que essas corporações privadas acabam constituindo grandes e fortes bancadas nos Parlamentos e gozando de favores institucionalizados oriundos das cúpulas dos Governos.
Considerando que a melhoria dos serviços públicos em segurança, em saúde e em educação provocaria a redução do número dos usuários dos análogos serviços prestados pelas empresas particulares e, em corolário, diminuiria também a rentabilidade destas, fica bastante claro que os políticos financiados pelo capital dessas instituições privadas não têm/ não podem ter liberdade para promover o aperfeiçoamento das políticas públicas em segurança, em saúde e em educação.
A verdade é que, em decorrência do lobby das corporações privadas dos setores de segurança, saúde e educação, os brasileiros mais dependentes dos serviços públicos prosseguem morrendo – vítimas da insegurança e das deficiências na prestação dos serviços de saúde – e sendo sempre menos do que poderiam ser, posto que ao ensino público, mormente o de nível fundamental e médio, não se assegura um mínimo grau de qualidade.