O BRASIL E A SUA ATÁVICA DOENÇA: A BIPOLARIDADE

O BRASIL E A SUA ATÁVICA DOENÇA: A BIPOLARIDADE

 

O BRASIL E A SUA ATÁVICA DOENÇA: A BIPOLARIDADE

 

O Brasil é um Estado bipolar. É Democrático e de Direito, mas também, Totalitário e de Exceção.

 

Sem dúvidas, a sétima economia do mundo é um país rico. Essa riqueza, contudo, está concentrada nas mãos de poucos agrupamentos familiares, “os brasileiros eleitos”. Para esses e para os que vivem dos favores deles, o Brasil é um país Democrático e de Direito. As leis que a eles servem são cumpridas, os órgãos públicos de que necessitam funcionam. Vive-se como que em um país de Primeiro Mundo.

 

Para a esmagadora maioria dos brasileiros, entretanto, no Brasil, ESPIAM-SE PECADOS. Nessa terra, sofre-se com a falta do básico, como água, comida, moradia, trabalho, e com a deficiência de serviços públicos essenciais, quais a educação, a saúde e a segurança pública. Aqui ainda vale a lei do mais forte e, quando representantes estatais aparecem, é para reprimir e pôr no seu devido lugar. Nessa Pasárgada invertida, não se vive, SOBREVIVE-SE diante do Estado Totalitário e de Exceção!

 

Para que seja mantido o Reino de Deus na Terra dos “brasileiros eleitos”, que vivem na nefelibata realidade do Estado Democrático e de Direito, é fundamental que os habitantes do céu ao avesso que persistem em não morrer sejam explorados, mas que não tenham a capacidade de saber que o são, e que sejam felizes, assistindo aos programas de televisão, embriagando-se em vícios vários e até se aventurando no admirável mundo novo da Internet.

 

De dois em dois anos, nas eleições, é essencial que o apartheid que existe entre estes dois Brasis fique menos evidente, porque, para legitimar esse sistema desigual e injusto, faz-se necessário que os sobreviventes votem nos “brasileiros eleitos”. Nesses períodos, os habitantes das torres de marfim, aventurando-se nas terras de Dante, trocam muitos apertos de mãos e abraçam e mesmo beijam alguns espécimes explorados. Há contatos imediatos de terceiro grau entre os seres desses mundos tão distantes e, ao mesmo tempo, tão próximos.

 

E, assim, sem dar-se conta, eleição após eleição, votando nos representantes do Reino Encantado da República Federativa do Brasil, os sobreviventes perpetuam a bipolaridade deste país que insiste em ser Totalitário e de Exceção para a maioria, e Democrático e de Direito para a minoria. Até quando?