AS LEVAS DE MENDIGOS QUE SUSTENTAM O ESTADO
A população brasileira ao pagar os tributos mais diversos, fá-lo para obter contraprestações em serviços públicos; e não para bancar luxos das autoridades eleitas e constituídas e de seus respectivos sequazes.
Não é simples para a maioria dos brasileiros, mormente os assalariados, manter a si e a sua família. Todo mês é preciso ocorrer um milagre para que as necessidades mais fundamentais sejam contempladas.
A CRFB, em seu artigo 7°, caput, IV, diz que o salário mínimo deve ser capaz de suprir as necessidades vitais do trabalhador e de sua família com: 1) moradia; 2) alimentação; 3) educação; 4) saúde; 5) lazer; 6) vestuário; 7) higiene; 8) transporte; e 9) previdência social. Esse dispositivo, na prática, infelizmente, é uma quimera.
Diversas dessas básicas e essenciais precisões são eternamente sacrificadas pelos trabalhadores em prol de algumas delas mais emergenciais, porque o cobertor é curto, o dinheiro simplesmente não dá para suprir a todas elas.
Mas ainda quando procura prover do fundamental a si e a sua família, o brasileiro paga tributos e, amiúde, paga muito. O Estado brasileiro retira, pois, sua manutenção até mesmo dos produtos e serviços essenciais para a sobrevivência da população.
Esse esforço hercúleo feito pela maior parte dos brasileiros, unicamente com a finalidade de continuar existindo, deveria ser recompensado com uma excelência na boa utilização do que é arrecado e com o oferecimento de serviços públicos adequados ao pleno atendimento dos usuários, isto é, serviços que fossem contínuos, eficientes, seguros, modernos, enfim, de QUALIDADE.
Na prática, infelizmente, a péssima qualidade dos serviços públicos, mormente dos de educação (comprometedores do futuro das pessoas), dos de saúde (comprometedores da conservação da existência e ou da saúde das pessoas) e dos de justiça (comprometedores da confiança no Estado), deixa bem claro que as verbas públicas estão sendo mal geridas, mal empregadas e mal fiscalizadas.
Os brasileiros, mormente os que não possuem ligações diretas com os detentores do Poder Político ou Econômico, estão sendo, verdadeiramente, assaltados dia-a-dia e, paradoxalmente, são tratados, principalmente os que não podem substituir serviços públicos por serviços privados sucedâneos, como DESPREZADOS MENDIGOS DO ESTADO.
Não é regra absoluta, mas, no Brasil, as autoridades que não cumprem seus deveres e que abusam dos seus cargos e beneficiam-se do poder vivem hedonisticamente, enquanto os brasileiros normais mendigam pelo que é direito e é mais do que importante, é vital! Até quando?