MOTOS – NA TÉNUE DIVISA ENTRE A VIDA E A MORTE
Os cemitérios e os hospitais brasileiros estão abarrotados de vítimas de acidentes com motos, isto é, com motocicletas e com motonetas, que, sem dúvidas, são os veículos automotores que mais contribuem para tornar o trânsito brasileiro tão letal.
Dirigir, no Brasil, é correr riscos, é uma brincadeira séria de roleta russa; mas, na condução de uma motocicleta ou de uma motoneta, esses perigos agravam-se exponencialmente.
Parte das graves ameaças de que padecem os condutores de motos são provocadas pelos motoristas dos veículos de maior porte que, muitas vezes, descumprem o dever de cuidarem dos motociclistas, exatamente, porque estes guiam veículos de menor porte. Outra parcela das ameaças é provocada pelos próprios motociclistas que, com larga frequência, agem imprudente, imperita e/ou negligentemente.
Não é incomum pessoas comprarem motos, mormente com as facilidades de financiamento, mesmo sem possuírem habilitação. Tampouco é um fato extraordinário e isolado motociclistas dirigirem sem capacete, embriagados e/ou levando até mais de uma pessoa na garupa.
Se a direção defensiva é sempre relevante; para os motociclistas, é uma dramática questão de vida ou de morte, já que, na condução de uma motocicleta ou de uma motoneta, infelizmente, fica-se, permanentemente, na ténue divisa entre a vida e a morte, e até pequenos acidentes podem ser fatais!
Quem perde com as mortes e com as sequelas decorrentes dos acidentes com motocicletas e motonetas é o próprio motociclista, mas também a família deste e o país. Desse modo, tantos trabalhadores são perdidos, tantas famílias ficam desamparadas; tanto dinheiro é gasto pelo povo, via Erário, para tratar dos acidentados.
É mais que chegada a hora de o Estado passar a tão-só permitir a venda de veículos a pessoas devidamente habilitadas e ainda aumentar a quantidade e o rigor das fiscalizações. Principalmente, a integridade física e a vida de milhões de brasileiros agradecem!