LER PARA MELHORAR-SE E ESCREVER PARA QUE OS OUTROS SE MELHOREM
Leio muito, mas posso e quero ler mais. Nem sempre, todavia, foi assim. Escrevo bastante e, desde que me lembro, tenho procedido dessa forma. Porém, a cada dia, cobro-me mais no que diz respeito à qualidade do que redijo.
Gosto deveras de escrever: seja para mim, seja com alguma intenção literária, seja para minha profissão. Não tenho, em princípio, ouso dizer, grandes dificuldades para tanto, principalmente na hodiernidade, porque tenho lido sempre mais.
As duas primeiras aludidas finalidades da escrita, encaro-as relaxadamente. Ocorre, entretanto, que costumo ser exageradamente rigoroso com aquilo que produzo, notadamente, no tocante a minha atividade profissional. E sinto que quanto mais leio, mais exijo de mim.
Sou cônscio de quão excelente é ampliar os horizontes do conhecimento e sei que a leitura é, talvez, o melhor meio para o alcance desse nobre objetivo. No entanto, a cada livro que acrescento ao meu patrimônio cultural – que é irrenunciável, inalienável e impenhorável – sinto que aumenta minha responsabilidade.
É isso, portanto: minha dificuldade de escrever reside quer na consciência que tenho de que meus escritos refletem quem sou; quer no fato de que não tolero a ideia de que não sou capaz de superar-me; quer na forte necessidade que sinto de que quem for exposto ao que escrevo sofra um positivo acréscimo intelectual.